Toda vez que estou sozinha as coisas ficam maiores. A casa, os objetos, a minha imaginação, os sons, tudo tem um outro tamanho e eu costumo ver e sentir algo diferente. Talvez por prestar mais atenção nos detalhes.

Eu estava quieta, quando de repente, escuto um barulho. Algo estava batendo no portão. Já pensei nas crianças por que as vezes, elas fazem isso no meu portão. Então não dei muita importância e continuei lendo o meu livro. 

Depois de alguns minutos, bateram novamente no portão. A minha curiosidade despertou e olhei na direção do portão para ver se tinha alguém lá fora. E para a minha surpresa, vi alguns pés, ou melhor sombras que se movimentaram. Só podia ser as crianças. 

Eu sabia que iriam bater novamente no portão e se fizessem isso de novo, eu estaria pronta para ir até lá e mandá-las parar de brincar com o meu portão. Como era de se esperar, bateram novamente. Fui na direção do portão com muita raiva, pronta para brigar e fazer elas desaparecerem. 

Quando abri o portão... meu mundo congelou. Todas as palavras que eu havia pensado em dizer para as crianças sumiram e nenhuma palavra que eu falasse seria compreendida. As crianças não eram crianças. 

Geralmente eu sinto medo quando os vejo correndo, mas desta vez só fiquei admirando e entrei para dentro da minha casa. Eu não queria interromper o lanche das crianças, ou melhor dos cavalos, que comiam a grama que fica perto do meu portão.

(Esses donos de sítios sempre soltam os bichos e eles aparecem perto da minha casa. Desta vez foram os cavalos. Eles eram tão lindos que me inspiraram a escrever o texto de hoje. 

Por hoje é só pessoal...

Beijinhos e até mais...