Era mais um final de semana que acordei com aquele som que as vezes me irrita. O barulho estava tão alto que nem precisei do despertador para me acordar. Como não consegui mais dormir depois daquele som, levantei e fui observar as plantas no quintal. 

Lá pude ver quem estava fazendo aquele som infernal. Era uma mãe e o seu filho. Depois que vi a cena, acabei achando bem bonito a sintonia deles. Havia aquele amor que a maioria das mães dão aos seus filhos, algo emocionante de se ver. 

Os dois ficaram fazendo uma bagunça durante o dia todo. Eu só espiava de longe para não atrapalhar a alegria deles. Quando a noite chegou, o silêncio surgiu e pensei que a dupla havia partido para um lugar bem distante. Só que no dia seguinte, eles ainda estavam por lá, com a mesma alegria e gritaria. 

Então, quando minha irmã saiu para ir à academia e voltou para guardar a chave, gritou e chamou todo mundo. Ela queria salvar aquela criança inocente que gostava de brincar com a sua mãe. Não teve jeito, o perigo estava muito perto e atacou o pequeno. 

Eu tentei ajudar, mas cheguei tarde demais. Ele partiu para um lugar mais bonito e iluminado, um lugar que ele nunca conseguiu alcançar enquanto viveu aqui na terra. 

A culpa tomou conta do meu coração, principalmente quando vi a mãe gritando pelo seu filho que já não tinha mais vida. Se eu tivesse chegado um segundo mais rápido, Mário Eduardo não teria atacado aquele lindo passarinho e sua mãe não estaria triste, chamando e procurando pelo seu filho. 

A vida é assim... gatos são bons caçadores de pássaros.  

(Mário Eduardo é um gato que sempre apronta. Dessa vez, atacou um filhote de pássaro que passou perto dele. Assim nasceu a inspiração para o texto de hoje).

Por hoje é só pessoal...

Beijinhos e até mais...